Mensagem enviada por Thiago Lopes, em 05.09.2005

Olá senhor Miguel Nagib, li recentemente sua carta pela internet e achei mt interessante. Qd li sobre a história dela e a data q o senhor a redigiu me lembrei dos tempos de escola. Eu nessa época (2003) cursava o 3º ano do 2º grau e havia tempos escutava calado o q os professores, principalmente de Geografia e História, diziam na sala. Vou contar um pouco da minha história para tornar mais clara a minha posição:

Foi de novo (14 anos) que comecei a gostar mt de política e economia. Foi nessa época também que entrei na escola em que cursaria os 3 anos letivos finais de meu curriculo escolar. Comecei lendo muito sobre a segunda guerra mundial, principalmente biografias. Li todas as possíveis, Hitler, Mussolini, Stalin, Churchill, Hirohito, Roosevelt, enfim, eu, diferentemente de muitas pessoas (ñ só as da minha idade), não queria saber só superficialmente, eu queria saber a fundo.

Inicialmente minha simpatia pelas ideologias de esquerda foi quase instantânea, justamente pela “doutrinação” que eu havia recebido no ano anterior. Eu mal sabia o que era socialismo/comunismo, mas já haviam plantado em mim a semente que germinara em ódio ao sistema capitalista.

Eu dizia com orgulho “sou comunista”, eu queria ver a revolução estourar, eu queria ver FHC sendo guilhotinado, eu queria ser Lênin, pegar em armas e vencer o maléfico capitalismo para nascer a sociedade justa, aquela que poeticamente havia sido mostrada para mim. Tudo isso se deu graças à imagem que me passaram, onde apenas 1 lado da história é mostrado e a “prova” contra o capitalismo era mt simples de se ter, era só culpar a situação na qual vivíamos. Logicamente qualquer um fica indignado ao ver a pobreza, principalmente qd ela é pintada em tons dramáticos, e dali precisava surgir um herói salvador, para onde TODOS os professores sutilmente apontavam para a esquerda.

Bom, graças a um pouco de sorte e de bom senso eu continuava lendo sobre a 2ª Guerra, o que acabou me levando a ler sobre a revolução comunista, a URSS (li toda a história da mesma), a China (tb li toda a sua história “vermelha”) e algumas coisinhas mais. Ñ demorou muito para a imagem q eu tinha de socialismo ruir, e foi graças à IMPARCIALIDADE DOS LIVROS que eu consegui ver o mundo, talvez ñ da forma correta, mas de uma forma diferente da qual pintavam na sala de aula.

Pois é, foi graças à imagem que eu TIVE DE BUSCAR que eu não me deixei doutrinar. E foi graças a ela que eu pude ser praticamente um espião das armadilhas q praticamente TODA AULA os professores armavam, pois justamente minha visão contrária à deles me abria muito mais os olhos para ver como eram rasteiros certos professores.

Lá pelos meus 16 anos aconteceu a eleição, era 2002 e o ilustre Lula era glorificado pelos 4 cantos. Me recordo principalmente de um professor chamado Claudio que além de fazer apologia a Lula disse certa vez (e foi a vez q mais me revoltou, nunca havia sentido algo assim, foi justamente por ter percebido a baixeza daquele professor que eu senti aquele aperto no peito de ódio) que a morte de ACM Filho foi “graças a Deus” (ele disse com essas palavras) porque havia rachado o PFL (na época com Roseana) e o PSDB dando assim mais chance para o PT ganhar.

Tb me lembro de uma professora de Geografia que adorava se dizer marxista e q vez ou outra esbravejava seu ódio ao capitalismo em plena sala de aula, como se estivesse em algum showmício, literalmente. Me lembro tb de qd os professores levavam material sutilmente “puxando sardinha” para o lado esquerdo. Esse Claudio inclusive, no meu terceiro ano (pré vestibular), sugeriu, com muito drama, que se ele visse a figura de Che Guevara estampada na camisa (a turma do pré vestibular podia fazer uma camisa estampada com o nome dos alunos atrás) ficaria muito feliz. Muitos instantaneamente aderiram a idéia, mas felizmente nenhuma camisa foi feita.

Esses são apenas alguns relatos dentre muitos existentes por aí, como os das suas filhas. Eu sempre tive consciência de que se eu discutisse com algum professor com certeza seria execrado (como o senhor foi) não por ele na base do argumento, mas pelos “cachorrinhos” que ele havia adestrado. Hj fico triste em ver que jovens com mais de 20 anos tem uma visão que nem eu tinha nos meus 15 anos. Fico triste em ver que armadilhas continuam por aí e o pior, tem gente caindo, talvez até mesmo pela preguiça de pesquisar um pouquinho mais.

Agora tenho 19 anos, dei um tempo na minha paixão por política. Tento entrar em uma faculdade de economia e vou fazer vestibular pela 3ª vez nessa tentativa. Trabalho em uma oficina, principalmente com gente pobre e vejo o mundo de um jeito bem diferente, bem diferente mesmo do que já li nos livros de Graco Babeuf e Henri de Saint Simon.

Coincidência ou ñ, os professores de história e geografia são sempre os mais queridos… Talvez pq são vistos como salvadores visionários q abrem mentes. Pura armadilha.

Um abraço!

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