Por Reinaldo Azevedo
O dia hoje está muito chato na política, só com declaratórios pra lá e pra cá. Então vamos a coisas mais relevantes. Há uma tiona aí, que tem um blog também, que resolveu falar mal de vocês, queridos leitores. Eu seria o falso profeta do que ele chama “indignados úteis” (vocês). Fica combinado. Ele fica com os “indignados inúteis”. Eu sou o Antonio Conselheiro de vocês. Só que, desta vez, que tal ganharmos? O cara até tenta falar bem do meu texto. Segundo ele, escrevo melhor do que Diogo Mainardi. É ressentido até quando elogia. É puro despeito contra Diogo, meu querido amigo, que escreve muito melhor do que eu. Há elogios que ofendem mais do que certas críticas. Ele botou minha fotinho lá no blog dele. Não botarei a dele no meu. Não acho a troca justa, rá, rá, rá. Ponto parágrafo.
Um dos meus “indignados úteis” me manda uma pauta deliciosa: o vestibular da Universidade Federal do ABC. Quem tem alguma dúvida do que o PT faz com a inteligência tem de ir lá conferir (clique aqui).
Reproduzo algumas questões para vocês perceberem com o que estamos lidando. A de nº 9, de conhecimentos gerais, reproduz uma manchete de jornal sobre uma invasão de terras em Pernambuco e traz um mapa com os mortos em conflitos agrários. Aí vem a pergunta. Prestem atenção:
Tendo como referências a manchete e o mapa apresentados,
é possível afirmar que
(A) a agricultura brasileira ainda é praticada sem grandes investimentos, o que gera grande pobreza no campo.
(B) a falta de terras férteis dificulta o assentamento de pequenos agricultores que se tornam ociosos.
(C) o desemprego no campo é provocado pela pequena modernização, sobretudo das lavouras de subsistência.
(D) a presença das grandes propriedades nas regiões Norte e Nordeste é fato recente, mas que tem provocado sérios
problemas.
(E) a histórica concentração de terras é um dos principais fatores responsáveis pelos conflitos e mortes no campo.
Qual é a resposta considerada correta? É a “E”, claro. Embora, de fato, qualquer pessoa com dois neurônios saiba que é a “A”. O PT está emburrecendo gerações. Não seria difícil demonstrar que as próprias alternativas, assim construídas, se constituem num discurso de defesa não da reforma agrária, mas da tática de “luta” do MST. Calma que vem mais.