“Escola não é sindicato ou laboratório ideológico; é espaço de ensino democrático”

Mensagem enviada por José Henrique ao blog do Reinaldo Azevedo, em 20.11.2008:

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O proselitismo ideológico é muito maior dentro da universidade pública. Faço o curso de ciências sociais, e fazendo licenciatura fico habilitado a dar aulas de geografia e história etc. Em uma aula de didática, a professora fez várias críticas a essas reportagens da Veja, dizendo que não existe possibilidade de um professor ser imparcial na hora de expor sua matéria e que VEJA é neoliberal.

Usei Max Weber para responder: “é claro que um professor tem suas paixões e preferências, mas deve buscar a OBJETIVIDADE”. E o engraçado é que essa professora é do PT. Certa vez comentando projetos sociais do partido, ela disse a um estudante: o PT tem umas sacadas diferenciadas! Eu disse: Sacadas de dinheiro, só se for!

Essa mesma professora queria explicar a crise da escola pública paulista, dizendo que a culpa é do PSDB, lembre-se que ela é do PT, e do NEOLIBERALISMO. O ser abstrato preferido dos ideopátas, que segundo um professor, não é conceito e sim xingamento! Ela disse que a meritocracia e as idéias liberais estão arruinando a escola pública. Estava munida de um ranking que informava os países que tinham as melhores escolas, Canadá e Austrália estavam nas primeiras posições e o Chile era o país latino mais bem colocado. Eu a questionei: mas os países que a professora usa como exemplo são liberais, como a culpa é do liberalismo? Complementei, se lermos Faoro, Edson Nunes, veremos que os preceitos liberais não existem nas relações das universidades públicas e do Estado brasileiro, o que temos não é meritocracia e sim clientelismo e patrimonialismo. O problema da universidade pública é justamente a falta de meritocracia e de princípios liberais. E no caso da escola pública, devem ser levadas em conta as particularidades sociais de cada escola e a influência da revolução tecnológica que desmantelou as pernas das instituições, colocando-as a prova, tanto a família como o Estado e a escola. Não podemos reduzir questões complexas a mero jogo ideológico, pois estes limitam nossa visão.

Essa professora não enxerga essas questões porque dá uma aula enviesada, seu estudo é enviesado. E como ela é do PT, o negócio é atacar o PSDB e o tal do neoliberalismo. A universidade vira igreja – é o Partido Universal do reino de Marx com seus bispos vermelhos!

O marxismo perdeu muito espaço dentro da universidade, ainda bem. Mas ainda tem gente desse tipo lá, que dá aula pregando revolução, defendendo as FARC e o MST. Terrível!

A maioria dos alunos vem de escolas particulares, dopados pela heresia intelectual marxista, entram nas universidades públicas negando-se a estudar, andando feitos hippies e pregando revolução, ou seja, como a dose de heresia é maior nas universidades, acabam sofrendo de overdose ideológica. Depois que saem das universidades, esses indivíduos seguem para os jornais, sindicatos e escolas e tocam o ciclo da evangelização intelectual adiante. É um ciclo vicioso e venenoso.

A princípio serei professor de história e de geografia, e desse mal estou curado, nunca fui de seguir consenso. Acredito que educar não é embutir uma idéia na cabeça do aluno, mas colocá-lo a par de todas as vertentes de forma científica e não política. Até porque escola não é sindicato ou laboratório ideológico, escola é espaço de ensino democrático. E os alunos são cidadãos e não cobaias!

Desculpem a extensão do texto e os erros!

novembro 20, 2008 às 2:19 am

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