Abaixo, nota à imprensa divulgada pela diretoria do Sindicato Rural de Bagé sobre o livro de Geografia para alunos da 5ª série, adotado por colégio da Rede Salesiana.
Sobre o Caso Bagé, leia também: o artigo de Diego Casagrande, a resposta do colégio, a reportagem do jornal Zero Hora
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O presidente da Associação/Sindicato Rural de Bagé, Paulo Ricardo de Souza Dias demonstra uma posição de indignação frente a um assunto publicado no livro da 5ª série do Ensino Fundamental da disciplina de Geografia usado na rede salesiana. O protesto dos produtores e pais de estudantes se deve ao texto que consta na apostila, que na avaliação deles é tendencioso, ideológico e que detém informações erradas tecnicamente. E também por constar um texto do líder nacional do MST, João Pedro Stédile, ilustrando o dia-a-dia de um assentamento. O artigo Terra Prometida é original do livro Questão Agrária no Brasil. Conforme Dias, o autor do texto faz apologia às ações do MST, jogando os pequenos contra os grandes produtores, “não levando em conta a grande geração de riquezas da média e grande propriedade, colocando ela como nefasta enquanto no nosso entender tem espaço para todo perfil de propriedade, sejam pequenas, médias e grandes”, destaca Dias ao ressaltar que todos têm papel importante na geração de renda, emprego e divisas para o país.
Segundo o presidente, o que mais indignou a classe é que o material culmina com a transcrição de um livro de João Pedro Stédile “que é um cidadão que apregoa como forma de luta do movimento invasor o assassinato de produtores”. “Publicar um texto escrito por um cidadão processado por pregar o assassinato de produtores rurais é, no mínimo, curioso”, observa.
A direção da entidade ruralista após tomar conhecimento do conteúdo se reuniu com o diretor do Colégio Salesiano Auxiliadora, Dácio Bona e professores da instituição de ensino para protestar sobre o assunto. Na ocasião, os representantes da escola se manifestaram contrários ao conteúdo. Na oportunidade, Dias solicitou a Bona que entrasse em contato com a direção da rede salesiana e manifestasse o desejo de ver modificado o conteúdo.
A Rural de Bagé também está remetendo à rede a indignação, preocupação e solicitação da mudança da abordagem sobre o tema. A entidade ruralista ficou responsável por enviar nos próximos dias o material ao colégio com dados técnicos e estatísticos sobre a questão fundiária. “Somos sabedores que em reunião da direção com os pais dos alunos ficou acertado fazerem uma nova pesquisa sobre o tema, que será fixada sobre as páginas de onde estava publicado o conteúdo”, salienta.
Além disso, a entidade ruralista também está encaminhando correspondência aos Sindicatos Rurais de todo o Estado para que fiquem atentos aos conteúdos que são repassados nas instituições de ensino, para que os mesmos possam ser denunciados.
Sobre o Caso Bagé, leia também: o artigo de Diego Casagrande, a resposta do colégio, a reportagem do jornal Zero Hora