Quem deve aprovar a BNCC?

 Por Miguel Nagib

O sistema educacional brasileiro é como um edifício gigantesco, cujas estruturas foram corroídas de alto a baixo por cupins ideológicos. De vez em quando, desaba uma parede ou uma laje, e o estrondo acaba chamando a atenção do grande público.

O último desabamento foi provocado pela proposta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Dias atrás, o historiador Marco Antonio Villa demonstrou, em artigo publicado no jornal O Globo, que, se a proposta do MEC for aprovada, os estudantes brasileiros que quiserem aprender alguma coisa sobre o antigo Egito, a Mesopotâmia e a Grécia; o Império Romano e o nascimento do cristianismo; a Idade Média, o Renascimento, a Revolução Industrial e até mesmo a Revolução Francesa serão obrigados a se virar por conta própria. Na sala de aula, terão de estudar os mundos ameríndios, africanos e afrobrasileiros; interpretar os movimentos sociais negros e quilombolas; valorizar e promover o respeito às culturas africanas e afroamericanas. É um assombro.

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Por que a “proposta de intervenção” da redação do ENEM e dos vestibulares não deveria existir

Por Guilherme Cintra *

Na redação do ENEM e de alguns vestibulares, cobra-se o gênero dissertativo argumentativo. Nesse gênero, o aluno deve dissertar, defender argumentos para sustentar sua tese e, além disso, propor uma solução para o tema abordado [1]. Das competências cobradas na redação do ENEM, a Competência 5 estipula que o aluno deve “elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos” [2]. Com isso, se o aluno não quiser perder 1/5 do valor da redação, ele deve colocar algum tipo de proposta de intervenção para o tema proposto. Isso significa que, mesmo se suas ideias no desenvolvimento e/ou tese da redação não forem compatíveis com qualquer tipo de intervenção para o problema, ele ainda deve colocá-la.

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Ideologias atrapalham a educação? Sim.

Por Fernando Schüler

Resolvi conferir por conta própria. O país anda meio nervoso, pensei cá comigo, vai que haja certo exagero neste barulho todo em função da “ideologização” da prova do Enem. Lá fui eu, lembrar os velhos tempos de professor de cursinho pré-vestibular (faz tempo…) e fazer a prova. Concentrei-me na prova de “Humanidades e suas tecnologias”, e fui de espírito aberto. Nada de procurar pelo em casca de ovo. O resultado foi o seguinte: das 45 questões, 11 me pareceram claramente ideológicas. Um punhado de lugares-comuns feitos de citações de Paulo Freire, David Harvey, Slavoj Zizek, além de artigos opiniáticos em revistas como Caros Amigos e Diplomatique.org.

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Eu desafio

Por Miguel Nagib

Adversários do projeto de lei Escola sem Partido, que tramita na Assembleia Legislativa do Paraná, vêm utilizando para atacá-lo a estratégia conhecida na arte da retórica como “falácia do espantalho”. Trata-se de distorcer intencionalmente o argumento do oponente para facilitar sua refutação diante do público desinformado que assiste à discussão.

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