Em nome do combate à homofobia e ao preconceito, uma entidade militante que se identifica como “Coletivo Conteste!” — aparentemente formada por alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará — está tentando impor a censura naquela universidade.
Trata-se de uma petição pública convocando estudantes dessa faculdade a exigir da direção da UFC que retire do seu site o artigo “Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ‘Casamento’ homossexual e o fim da democracia”, de autoria do Prof. Glauco Barreira Magalhães Filho.
A petição é histérica e mentirosa (além de incitar o ódio contra o Prof. Glauco, imputando-lhe indiretamente responsabilidade pelo espancamento e assassinato de mulheres, gays, lésbicas e negros, e afirmando que “o dito professor causa asco por seu conservadorismo”).
Com efeito, o artigo em questão nada tem de homofóbico ou preconceituoso (clique aqui para ler). O autor se limita a expressar sua opinião sobre a legalidade do ato do Conselho Nacional de Justiça que determinou aos cartórios que passem a celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Não fosse pelos três últimos parágrafos — que contém efetivamente um juízo de valor sobre a decisão do STF que reconheceu a possibilidade de caracterização de união estável entre pessoas do mesmo sexo –, sequer se poderia adivinhar a posição do autor do texto sobre o chamado “casamento gay”.
Evidentemente, para os integrantes desse (Imbecil) Coletivo, liberdade de expressão só existe para quem pensa como eles. O mais incrível, porém, é que esses patrulheiros do pensamento se apresentam como defensores de uma “educação jurídica crítica”. E para isso pedem… CENSURA! Ou seja: defendem “educação jurídica crítica” desde que a crítica coincida com a sua própria visão de mundo. Do contrário, ela deve ser eliminada.
Felizmente, a UFC já disse que não vai retirar o artigo do site. Em nota assinada pelo seu diretor, Cândido Bittencourt de Albuquerque, a Faculdade de Direito declarou que “não exercerá qualquer tipo de censura” e que assegurará “à sua comunidade acadêmica a livre manifestação de pensamento, vedado o anonimato, ainda que a opinião expressada não reflita o sentimento do diretor ou a posição institucional da faculdade”.
Leia reportagens do portal G1 e do Globo sobre o episódio.
Obs.: no momento em que este artigo foi escrito, o site da UFC estava fora do ar.