3 – Farinha do mesmo saco?

Malafaia, desconhecimento e omissão: a ocultação da agenda gay do PSDB

Por Julio Severo

A cartilha anti-“preconceito” aprovada pelo governador de São Paulo José Serra em 2009 não é igual ao kit gay do PT. O único problema dessa cartilha é que disse que a homossexualidade é inata, não uma opção. Essas foram as palavras do cidadão Silas Malafaia neste vídeo dele:

Não estou usando a palavra “cidadão” por menosprezo. No vídeo, Malafaia diz que fala como cidadão, não como pastor.

O cidadão Malafaia diz que teve acesso à cartilha e só viu aquele único problema. Os cidadãos de São Paulo poderiam muito bem verificar a cartilha, pois é um material público, pago com o dinheiro de cada cidadão de São Paulo.

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O guia do PSDB, com seu jeito clássico de abordagem diplomática, menciona de modo geral “orientação sexual”, “desigualdades de gênero”, “diversidade sexual”, etc. O próprio texto diz que “O guia favorece a construção da identidade”.

O guia diz: “Ressaltamos o papel social dos educadores em sua função de atuar diretamente na formação de seres humanos”. Essa atuação, conforme diz o guia, envolve o tema “diversidade sexual na escola: uma metodologia de trabalho com adolescentes e jovens”.

O perigo oculto

Mas nada é explicado em profundidade. A leitura do guia é resumida e envolvida num emaranhado de palavras-códigos que são muito conhecidas dos ativistas esquerdistas, mas difíceis de entender para o grande público.

O principal perigo do guia está oculto. Sua função é encaminhar o professor a vários materiais de apoio, de fontes “confiáveis” para o governo de São Paulo, inclusive ECOS.

Por exemplo, o guia recomenda que, para combater o bullying, o professor deve usar o livro “A escola e os temas atuais”, de Sylvia Cavasin, chefona da ECOS.

Outros materiais e vídeos recomendados no guia também são da ECOS. Aí reside verdadeiramente o perigo.

Juntamente com a ABGLT, a ECOS foi oficialmente responsável pela elaboração do infame kit gay, autorizado pelo então ministro da Educação Fernando Haddad. A ABGLT e a ECOS receberam milhões do dinheiro público.

O próprio colunista Reinaldo Azevedo chegou a denunciar ECOS em artigo disponível no meu blog. Azevedo diz que um dos vídeos que compunham o kit gay do PT era o DVD “Medo de quê”. Esse mesmo vídeo está na lista de materiais oficialmente recomendados no guia do PSDB.

O guia do PSDB em si não é um kit gay, mas astutamente leva o professor a materiais que efetivamente compõem um abrangente kit gay. Aliás, são as mesmas fontes do kit gay do PT.

ECOS: a organização por trás do kit gay e dos materiais recomendados pelo guia do PSDB

A ideologia da ECOS é a mesma ideologia do PT: aborto, homossexualismo, contracepção, etc. Por que então o PSDB considera, em seu guia, os materiais da ECOS como indispensáveis para os professores educarem as crianças?

A parceria entre ECOS e PSDB não é nova. Vem desde o governo Fernando Henrique Cardoso. Em seu Boletim Transa Legal para Educadores (Ano 2 Nº 4), ECOS disse:

Com o apoio do Programa Nacional de Controle das DSTs/AIDS do Ministério da Saúde, da entidade Advocates for Youth e da Fundação MacArthur, a ECOS iniciou, em 1994, o Projeto Boletim Transa Legal… O projeto envolveu 27 escolas municipais de 1º grau, 10 escolas estaduais de 1º e 2º graus e uma escola particular de 1º e 2º graus, aproximadamente 6 mil estudantes e 110 professores e coordenadores pedagógicos.

Desde 1994, ECOS vinha recebendo apoio oficial do Ministério da Saúde. ECOS estava também recebendo muito dinheiro de grandes fundações americanas, inclusive a Fundação MacArthur e Advocates for Youth. Num de seus documentos internos, Advocates for Youth (que antes era o Center for Population Options) disse:

Use os meios legais existentes para ampliar o acesso dos adolescentes à contracepção e ao aborto… A Convenção dos Direitos da Criança da ONU… deve ser explorada ao máximo para que possamos dar aos adolescentes informações e serviços de planejamento familiar e, onde for possível, serviços de aborto seguro. Além disso, a nível local em países com leis que dão acesso limitado ao aborto (no caso de estupro ou incesto ou somente com aprovação dos pais ou juiz), os defensores [dos direitos das crianças e dos adolescentes] devem tirar vantagem dessas partes da lei para promover mais acesso ao aborto seguro. Em outros casos, a legislação nacional dos direitos das crianças e dos adolescentes, tal como o Estatuto da Criança e do Adolescente do Brasil, pode dar meios de aumentar o acesso dos adolescentes ao… planejamento familiar. (Adolescents and Unsafe Abortion in Developing Countries, CPO. Washington, DC, EUA, 1990)

ECOS infiltrada na educação sexual das escolas brasileiras desde a década de 1990

ECOS orienta os professores a falar francamente com os alunos sobre qualquer questão sexual e “desmistificar crenças, tabus e preconceitos que existem sobre os diferentes aspectos da sexualidade”. (Boletim Transa Legal para Educadores, Ano 2 Nº 6) Para desinibir estudantes já a partir dos sete anos, ECOS recomenda que o professor “ensine” higiene sexual. O professor deve falar abertamente, na presença de alunos e alunas, que para lavar os órgãos sexuais externos “os meninos devem puxar o prepúcio para trás e as meninas devem limpar bem todas as dobrinhas da vagina”. (Boletim Transa Legal para Educadores, Ano 3 Nº 7)

Para “acabar com os mitos, desinformações e preconceitos que ainda cercam a sexualidade” e o uso da camisinha, ECOS emprega a abordagem da autoestima e outros meios psicológicos, a fim de “estimular os adolescentes a adquirirem novas habilidades e atitudes através de atividades como dramatizações e dinâmica de grupo”. (Boletim Transa Legal para Educadores, Ano 1 Nº 2) Seu boletim Transa Legal ensina os estudantes a transarem “livres” da gravidez e do casamento, com a proteção da camisinha e outros métodos de controle da natalidade. ECOS publica também materiais para educadores, alguns dos quais encorajam atitudes favoráveis à pratica do aborto entre as adolescentes. Para que as adolescentes se sintam à vontade com relação à questão do aborto deliberado, o professor é instruído a utilizar psicodramas. Se o educador enfrentar o caso de alguma adolescente grávida na sala de aula, ele não deve impor a ela suas opiniões pessoais nem deve fazê-la pensar que a maternidade é o único caminho. Seja o que for que ele saiba acerca da situação, ele é instruído a não entrar em contato com os pais sem a aprovação da menor. (Conforme informações do manual “Uma Questão Delicada”, publicado por ECOS e financiado por IPAS [IPAS é uma organização americana que, com a ajuda financeira do governo dos EUA, promove clínicas de aborto e esterilização em outros países], em 1995, p. 25.)

Há pelo menos vinte anos ECOS tem trabalhado com o PSDB e o PT, tanto no governo federal quanto na cidade e Estado de São Paulo, para minar a sexualidade das crianças nas escolas.

ECOS desde a década de 1990 trabalhando para alterar a sexualidade das crianças

No meu livro “O Movimento Homossexual”, publicado em 1998 pela Editora Betânia, eu já havia desmascarado ECOS, que publicou juntamente com a BEMFAM o manual “Adolescência: Época de Planejar a Vida”. A BEMFAM é a representante oficial no Brasil da Federação Internacional de Planejamento Familiar, a maior organização de aborto do mundo.

O manual traz um capítulo inteiro cujo objetivo principal é “ajudar os jovens a se tornarem mais conscientes sobre os estereótipos, e a assumirem papéis sexuais não tradicionais…” (Adolescência: Época de Planejar a Vida. Publicado em 1992 por The Center for Population Options e BEMFAM, p. 85.) Além disso, o professor é instruído a modificar os conhecimentos “tradicionais” dos seus alunos:

“Se queremos que os jovens superem as atitudes estereotipadas sobre seus papéis como homens e mulheres, devemos ajudá-los a perceber que os padrões tradicionais estão mudando…” (Adolescência: Época de Planejar a Vida. Publicado em 1992 por The Center for Population Options e BEMFAM, p. 84.)

ECOS deveria ter dito: nós estamos mudando os padrões tradicionais (homem e mulher) nas crianças de escola.

Se você duvida do poder da ECOS para mudar o comportamento dos jovens, é só considerar que ECOS já estava aliada ao governo FHC mais de uma década atrás. Considere também que seus materiais, hoje muito mais “avançados” e depravados, fazem parte do kit gay do PT e são oficialmente recomendados pelo guia aprovado pelo PSDB.

Obviamente, Silas Malafaia e Reinaldo Azevedo não se deram ao trabalho de examinar os materiais recomendados no guia do PSDB. Por isso, ambos estão dizendo publicamente que esse guia nada tem a ver com o kit gay do PT. Ambos acham que o guia do PSDB é totalmente inocente e inofensivo. Ambos acham que ECOS está aliada apenas ao PT. ECOS deve estar dando gargalhadas com a cegueira dos dois.

A doutrinação transversal

Claro que o guia do PSDB é mais geral, e lida com outras questões também. Mas desde a década de 1990, o PSDB sob FHC trabalha com o tema da transversalidade, estratégia amplamente presente nos Parâmetros Curriculares Nacional do Ministério da Educação de FHC.

Na transversalidade, o professor é treinado a inserir temas sexuais quentes em outras disciplinas, como matemática, ciência, português, etc. Hoje, ao se tratar de bullying na sala de aula, a transversalidade traz a questão da normalização homossexual diretamente no foco da atenção. Essa estratégia evita choque da população, principalmente dos pais, desestimulando a resistência. Essa é a razão principal por que a agenda gay avança com tanto sucesso em São Paulo sob o PSDB.

Não dá para torcer pelo PT. Mas se o PSDB ganhar, a agenda gay avançará em São Paulo como está avançando há muitos anos: tranquilamente e sem resistência.

Algum eleitor poderia dizer: “O PT vai estuprar meu filho 30 vezes. Mas o PSDB vai só dar dois estupros! Por isso, prefiro o mal menor!”

A população precisa fazer resistência

O cidadão Malafaia escolheu a opção de menos estupros do PSDB. Mas os cidadãos de São Paulo são obrigados a optar por esse “mal menor”? É possível exercer uma cidadania que proteja nossos filhos de todos os estupros? Claro que sim.

A solução é os cidadãos saírem às ruas para protestarem contra a falta de opções e dizerem: “Não queremos o candidato Haddad, com sua agenda gay descarada. Não queremos também o candidato Serra, com sua agenda gay diplomática e macia. Não queremos ECOS ameaçando nossos filhos nas escolas!”

Se um número grande de cidadãos fizerem uma manifestação de rejeição aos dois candidatos que mentem e não defendem a família, haverá resultados. Mas se não houver resistência e protestos nas ruas, os eleitores e seus filhos dependerão da fatalidade.

Se Haddad ganhar, é certeza que sua agenda enfrentará a resistência de uma população que já está acordada para as intenções do PT.

Mas se Serra ganhar, temo que, como já ocorreu em vezes anteriores, a população terá dificuldade de enxergar, e mais ainda de confrontar, a agenda de tentáculos diplomáticos do PSDB que não para de avançar há mais de uma década.

Que o diga ECOS!

Não tenho o poder midiático que Silas Malafaia e Reinaldo Azevedo têm. Mas disponibilizo a eles e ao público em geral informações que mostram as verdadeiras forças ocultas por trás do kit gay do PT, as mesmas forças recomendadas pelo guia do PSDB.

Do ponto-de-vista da ECOS, tanto faz o PSDB quanto o PT ganharem. ECOS sabe que seu papel e importância entre eles estão garantidos.

Acho difícil Azevedo aceitar a realidade, pois sua paixão pelo PSDB supera a paixão de qualquer fã de time de futebol.

Mas que pelo menos Malafaia acorde, lembrando-se do que diz a Palavra de Deus:

“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento…” (Oséias 4.6.)

Dá para dizer também que os líderes estão sendo destruídos por não terem o conhecimento que precisam ter.

Cada um, pois, use o conhecimento aqui disponível para ajudar os líderes cristãos, eleitores e seus filhos a não serem destruídos pelas forças da depravação adotadas pelo PT e PSDB.

Publicado no blog do autor em 17 de outubro de 2012.

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