Muita política e pouca gramática os males da escola são

Estudantes vão às ruas e mostram o que aprenderam com seus professores “despertadores de consciência crítica”. O vexame é perfeitamente compatível com os resultados da pesquisa CNT/Sensus, segundo a qual para 78% dos professores a principal missão da escola é “formar cidadãos”, e para apenas 8% é “ensinar as matérias”.

Reportagem fotográfica publicada no UOL Educação, em 2 de julho de 2013.

Nas últimas semanas, manifestantes de todo o país saíram às ruas com cartazes e pedidos de mudança. Alguns pecaram no português (de propósito ou não): esqueceram crases, não conferiram a grafia correta de algumas palavras ou erraram a concordância. Os amigos se prepararam para a manifestação, mas esqueceram de consultar o dicionário antes de sair para a rua. Veja a seguir os erros (ou sátiras) e as suas devidas correções:

Nesta foto, o manifestante criticou a verba destinada aos estádios da Copa do Mundo, mas pecou na concordância verbal. O correto seria: “Não se fazem hospitais com Copa do Mundo”. (…)

Che Guevara não podia faltar…

Ao protestar contra a violência, o autor tentou chamar a atenção das autoridades para uma história real. O cartaz é importante, só que o texto deveria ter “mas” no lugar do “mais”. O correto seria: “Eu queria me formar, casar, ter filhos e ser feliz… mas a violência de SP arrancou isso de mim”. (…)

No cartaz, o manifestante errou a concordância verbal. O correto seria usar o verbo “acordar” no plural. “Foram os disparos em São Paulo que acordaram o povo em todo o Brasil”. (…)

Abaixo, um protesto/homenagem ao Prof. Marcos Bagno.

 Nesta foto, a ideia era criticar a educação brasileira com um cartaz cheio de erros de português. Se o objetivo fosse escrever corretamente, seria melhor da seguinte forma: “Nós viemos protestar por uma educação melhor”. 

 Enquanto alguns manifestantes esqueceram de colocar a crase, aqui o erro foi usá-la antes de uma palavra masculina. O certo seria: “O governo deve estar a serviço das necessidades do povo”. (…)

No cartaz, o manifestante erra ao esquecer do “R” em “abaixar” e ao escrever “agente” (segundo o dicionário, “uma pessoa encarregada da direção de uma agência”). O correto seria a gente (separado), no sentido de uma multidão de pessoas.

Ao questionar as condições do transporte público, a manifestante escorregou no português. O correto seria usar “por que” (separado), já que se trata de uma pergunta: “Se é perigoso ficar sem cinto no carro, por que temos que andar em pé no ônibus?”. (…)

Aqui, o pecado da faixa foi a concordância. O autor deveria usar “doentes”, “desabrigados” e “vão” (no plural), já que o texto se refere ao prefeito e ao governador do Rio de Janeiro. (…)


No cartaz acima, o autor trocou o “mas” pelo “mais”. O correto seria da seguinte maneira: “Esse protesto não é contra a seleção, mas sim contra a corrupção”

Na foto, os dois cartazes possuem erros: “investi” e “agente”. No primeiro, deveria ser: “Ela investe em bola e corrupção”. No texto da direta, o correto seria “Feliciano, a gente não te esqueceu.”


Na foto acima, o autor do cartaz deixou de usar a crase antes de PEC (Proposta de Emenda à Constituição). O correto seria “Diga não à PEC”

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