Por Rodrigo Constantino
A batalha contra a doutrinação ideológica nas universidades federais continua. Já mostrei aqui vários casos. Um deles dizia respeito ao convite que a UFSC fez para que o terrorista assassino Cesare Battisti palestrasse para seus alunos, em evento com outro palestrante do MST e um “funkeiro”.
Pois bem: além da doutrinação marxista nas faculdades, agora há uma modalidade nova, que é a perseguição ideológica aos que discordam. Não basta enfiar Marx goela abaixo dos alunos inocentes, pintar murais com a imagem do assassino Che Guevara e criar matérias inteiras só sobre o marxismo. É preciso intimidar e calar os que ousam pensar de forma independente.
Foi o caso de Antonio Pinho. Jovem conservador da área de letras (raridade), resolveu criar um site chamado UFSC Conservadora. Com mais alguns amigos, chegou a fazer um protesto na faculdade contra a vinda do assassino italiano, o que repercutiu bastante. O evento chegou a ser cancelado devido à pressão de muitos alunos e gente de fora.
Qual não foi a surpresa de Pinho ao chegar em casa um belo dia e encontrar uma intimação da Justiça! Sim, ele está sendo processado… por usar o nome da UFSC indevidamente, em um site “preconceituoso” (?). Eis o teor do processo:
Na íntegra do processo, o qual tive acesso, consta a notificação inicial da universidade e a origem da denúncia. Vejam:
Importante: notem que a denúncia passou pelo gabinete da reitoria, como fica claro com carimbo e tudo. Trata-se de uma senhora ligada ao PSOL!
Vejam a cara de pau: “Não desejo adentrar ao mérito da questão, se estão certos ou não”. Mesmo? Quer dizer, então, que o problema é simplesmente a associação do nome da faculdade a opiniões não oficiais? De verdade? Como disse Bruno Garshagen:
Para que o caso não ganhe contorno de perseguição ideológica (o que jamais passaria pela minha cabeça em se tratando de uma universidade pública), seria bom perguntar à coordenadoria que enviou a carta se os responsáveis pelos sites e perfis no Facebook da UFSC LGBT, UFSC à Esquerda, União da Juventude Socialista da UFSC, União da Juventude Comunista da UFSC também foram notificados por “utilização ilegal do nome” da UFSC.
Claro que não teremos resposta. Um peso, duas medidas. O velho duplo padrão da esquerda. UFSC LGBT não tem problema, não mancha o nome da universidade, não é “preconceituosa”. Mas UFSC Conservadora é demais da conta! Como ousam? Que respondam na Justiça!
E ai de quem afirmar que há doutrinação e perseguição ideológica nas universidades públicas. Não passa de um conservador paranóico…
Publicado no blog do autor em 30 de novembro de 2013.