Professores do Rio põem em prática a violência que ensinam nas escolas

Por Luiz Lopes Diniz Filho *

Quando estouraram as badernas de junho, motivadas pela ideologia esquerdista que alimenta o Movimento Passe Livre e grupos do tipo Black Bloc, alertei para o fato de que esses vândalos se sentiam justificados pelo que tinham aprendido nas escolas (ver aqui). Após apresentar uma série de evidências para demonstrar que a escola brasileira apoia abertamente a violência insurrecional e ditaduras comunistas, indaguei: até que ponto o sistema brasileiro de ensino não tem responsabilidade indireta nas explosões de violência a que estamos assistindo, já que divulga as ideologias socialistas que servem de base para as ações truculentas de certas pessoas convocadas a ir às ruas pelo Passe Livre?

Bem, as ações truculentas e autoritárias dos professores mobilizados pelo sindicato dessa categoria no Rio de Janeiro, em luta contra o novo Plano de Cargos e Salários instituído pela prefeitura desse município, mostra que nossos marxistas decidiram fazer com que a unidade entre teoria e práxis não fique restrita apenas às perorações ideológicas em sala de aula, ganhando conteúdos também de política de ação direta!

Mas não que os professores tenham a ilusão de que esse seria o primeiro passo para construir no país um socialismo ao estilo cubano ou mesmo alguma transformação social e política de maior alance nos marcos do próprio capitalismo. Assim como a Apeoesp, o sindicato de professores do Rio visa ajudar os partidos de esquerda que se mostrarem seus aliados – e que premiam sindicalistas com cargos públicos quando chegam ao poder, como prova a “república sindical petista” -, além de lutar com todas as forças para manter o pacto de mediocridade vigente em nossas escolas.

De fato, Lindbergh Farias, pré-candidato a governador do Rio de Janeiro pelo PT, viu as intenções de voto no seu nome crescerem significativamente após o vandalismo de junho e está agora apoiando os professores grevistas, numa clara demonstração de que, para chegar ao poder, não se incomoda nem um pouco de jogar gasolina no incêndio (ver aqui). Já o sindicato dos professores do Rio nada mais faz do que copiar a Apeoesp e outros sindicatos da categoria, que rejeitam as políticas de gratificação por desempenho em favor de sistemas de promoção nos quais o esforço dos melhores professores não é reconhecido e nem premiado, enquanto os menos talentosos e menos dedicados têm a certeza de que vão melhorar de vida dando apenas o mínimo de si mesmos.

A experiência nacional e internacional prova que, com o fracasso das expectativas revolucionárias, as organizações socialistas passam a utilizar a ética stalinista de que não se faz omelete sem quebrar ovos em favor da satisfação imediata de interesses políticos e econômicos cada vez mais restritos e rasteiros. Foi assim com as Farc, que se transformaram numa gangue de traficantes de drogas e de sequestradores que ainda mantém um discurso ideológico para angariar simpatia política. Foi assim com os integrantes das alas ideológicas do PT – caso de Lindbergh, José Dirceu, Genoino, etc. -, que se entregaram ao mais vulgar “é dando que se recebe” para tirar proveito de um Estado que se relaciona com as empresas privadas segundo o velho estilo do “capitalismo de laços” brasileiro. E é assim com nossos socialistas de salas de aula: elogiam as ditaduras comunistas, distorcem a realidade brasileira, tentam formar “cidadãos conscientes” (ou seja, alunos esquerdistas) e se valem de todo tipo de retórica suja e até de violência para tentar impor seus interesses corporativistas mais mesquinhos.

Os professores do Rio são o vínculo palpável entre a violência que eclodiu no país em junho e as ideologias de esquerda que se ensinam no Brasil, desde o fundamental até a universidade.

* Professor do Departamento de Geografia da UFPR

 

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