Leia AQUI a excelente entrevista concedida pela Professora Olga Pombo, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, à revista portuguesa A Página da Educação, publicada em dezembro de 2011.
A professora põe à mostra o caráter essencialmente totalitário da chamada “educação para valores” e deixa claro que a escola não deve usurpar o direito dos pais de dar aos seus filhos a educação moral que esteja de acordo com as suas próprias convicções. A seguir, alguns trechos da entrevista:
“…a educação tem a ver com o controlo das almas, dos desejos, e a escola tem a ver com a construção do conhecimento.”
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“…para mim, o professor é aquele que ensina, que inroduz o aluno numa determinada área do conhecimento e que faz aquilo que é necessário fazer para que um aluno que não sabe Matemática aprenda Matemática, que que um aluno que não sabe História aprenda História…”
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“A educação para os valores é um disparate! O grande valor que o professor tem a ensinar é o valor do conhecimento.”
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“[O professor] tem que ser capaz de criar condições na sala de aula para poder realizar o seu trabalho, que é ser professor, e não deve imiscuir-se nas questões da moralidade.”
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“[Há valores envolvidos na dimensão instrutiva da educação, mas são] valores que decorrem do acto de ensinar: o respeito pela verdade, o respeito pelo conhecimento, o respeito pelo trabalho dos outros. Não é preciso moralizar, basta pôr em funcionamento o acto de ensino e esses valores vêm com ele.“
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“Quando se fala na educação para os valores eu fico escandalizada. Porque, primeiro, seria preciso saber quais eram esses valores. Quem é que decide quais são os valores para os quais as crianças seriam educadas?”
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“Fechar a porta de uma sala e ter lá dentro 20 ou 30 crianças e um professor mais velho é um fenômeno muito estranho, em que muito pouca gente pensa. (…) Portanto, eu sou completamente contrária à ideia de abrir a escola ao meio e a toda essa conversa fiada que, em última análise, só serve para desmantelar esse lugar mágico que é a sala de aula.”