As críticas ao programa Escola Sem Partido somente demonstram o quanto ele é necessário

Por José Roberto Gimenez *

Tenho notado que os principais veículos de imprensa do país vem trazendo críticas frequentes ao programa Escola Sem Partido. Uma das recentes vozes a se manifestar foi a da presidente afastada, Dilma Roussef, dizendo que o programa pretende “nos transformar num bando de carneiros”. Muito provavelmente, na concepção dela, “não ser carneiro” significa o cidadão doar dinheiro para que ela possa viajar pelo país gastando cerca de 100 mil reais em cada viagem.

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Muito além da ideologia: o fenômeno da doutrinação na educação brasileira

Por Bruno Carvalho

Minha trajetória é atípica, por isso devo mencioná-la para evitar certos lugares-comuns na interpretação da caracterização que farei do problema, que é o da instrumentalização de escola e universidade para finalidades políticas. Tal qual muitos outros adolescentes de minha geração, pertenci a um senso comum que se pode classificar como marxista. Bom, era ao menos marxista o suficiente para eu ter presenteado uma namorada na época com um exemplar de bolso do Manifesto do Partido Comunista e para que em minhas primeiras participações como eleitor, tenha votado em figuraças da esquerda carioca como Jandira, Carlos Minc, Chico Alencar, etc. Mas depois como aluno de Ciências Sociais, as aulas do primeiro semestre já me frustraram por permitirem a constatação de falhas na teoria de Marx. Assim foi semestre após semestre do curso, primeiro na UERJ e em seguida na Unicamp. Decisiva, contudo, foram as leituras d’A Ideologia Alemã que me incomodaram pelo modo como se remete a filosofia, a religião, a arte, a cultura em seu conjunto a uma base econômica que estabelece a luta de classes numa sociedade.

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Ensinar X Doutrinar

Fabio Florence

Pertence ao senso comum a ideia segundo a qual um ensino intelectualmente honesto deve fomentar nos alunos a aptidão para o pensamento independente dos vícios e das ideologias, ao passo que a chamada “doutrinação” consiste na imposição, pelo professor, de uma doutrina na qual ele acredita e para a qual deseja ganhar a adesão dos alunos. Sem pretender esgotar o tema, pretendo, aqui, convidar os educadores a refletirem mais a fundo sobre a prática da doutrinação para que, assim, possam melhor contribuir para a formação daqueles cujo aprendizado foi a eles confiado.

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Sala de aula não é Facebook

Por Marcelo Rech

Imagine a cena. Um professor seguidor do bolsonarismo discorre sobre as virtudes do regime militar, ao qual chama de Momento Democrático de 64. Bem-falante, o professor dá sua versão aos alunos. Observa que foi com os militares no poder que o Brasil derrotou a inflação, que se ergueram grandes obras, como o Hospital de Clínicas, a Freeway e Itaipu, e diz que as pessoas, apesar do terrorismo de esquerda, viviam mais seguras e felizes. Nenhuma palavra sobre dívida externa, repressão política, censura ou tortura, a qual ele atribuiu a uma invenção da imprensa para macular o regime.

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Seguindo a Cenoura – Retrato da Juventude dos Anos 10

Por Priscilla Aydar

Durante os anos de 2008 e 2009 eu lecionei inglês na melhor escola pública de Uberlândia, a ESEBA – Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia. Lecionei para alunos do 6º ao 9º ano e tive uma fantástica experiência profissional, já que a escola federal é muito diferente das estaduais ou municipais: há recursos, há estrutura, há apenas mestres e doutores na docência e o salário é bem acima da média. Foram dois anos intensos e felizes e eu mentiria se dissesse que não sinto saudades…

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