Não é fácil saber o que acontece dentro de uma sala de aula. A doutrinação, em geral, não deixa rastro, a não ser na cabeça dos alunos. Por isso, é importante conhecer o conteúdo dos livros didáticos, pois eles constituem um forte indício do enfoque adotado pelos professores em suas aulas.

Com esse objetivo, divulgaremos neste espaço resenhas, análises críticas e reportagens sobre o viés ideológico e moral dos livros didáticos e paradidáticos do ensino fundamental e do ensino médio.


Entrevista de Ali Kamel a Reinaldo Azevedo sobre a cartilha ideológica de Mário Schmidt

Em Ilusões Perdidas, Balzac usa uma expressão elegante, um tanto de época, para definir certos canalhas do jornalismo. Na era da comunicação eletrônica, a tarefa é um tanto facilitada. Fiz uma síntese dos argumentos do PCC do jornalismo contra o artigo de Ali Kamel que trata da manipulação da informação histórica em livros didáticos. Em vez de presumir coisas, decidi ouvi-lo. Assim como os espadachins divulgam a mentira, divulguemos a verdade.

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Editora defende cartilha esquerdista de Mário Schmidt

Por Reinaldo Azevedo

Uma nova geração de energúmenos

Não é que a editora Nova Geração, que publica o livro que Ali Kamel criticou num artigo, resolveu me atacar também??? Epa!!! Chamado à guerra, eu vou. Até porque a editora tem tamanho (e como!) pra apanhar. Mas vamos com calma. Para quem está chegando agora ao caso:

Reproduzi ontem aqui — ainda está em minha gigantescahomepage — um artigo de Ali Kamel sobre as distorções do material didático oferecido nas escolas brasileiras, parte dele, UMA PARTE IMENSA, comprada com dinheiro público. Kamel selecionou trechos do livro Nova História Crítica, 8ª série, que chegou a ser distribuído gratuitamente pelo MEC a quase 750 mil estudantes. Há acepipes teóricos na obra como este que segue, sobre a Revolução Cultural Chinesa: (mais…)

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Nova História Crítica: panfleto didático

Por Reinaldo Azevedo

Numa atitude bastante elegante, o Estadão reproduziu na página 2 desta quinta artigo que Ali Kamel publicou anteontem no Globo sobre a esquerdopatia (o termo é meu) nos livros escolares. O assunto rendeu ainda um editorial do jornal e outro da Folha, conforme se pode ver abaixo. O assunto é sério, e é bom que a chamada grande imprensa tenha acordado para o fato. Anteontem, ao longo do dia, publiquei aqui posts sobre os absurdos dos vestibulares e novos trechos da tal “história crítica”.

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O esporte e a alienação

Reportagem de Mauri König, publicada na Gazeta do Povo do Paraná (edição de 25.09.2007), sobre o capítulo 3º do Livro Didático Público do Estado do Paraná. Leia aqui a entrevista completa feita com o coordenador do ESP, Miguel Nagib.

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No capítulo três da disciplina de Educação Física, o livro didático público recorre ao esporte e à televisão para afirmar que ambos, quando associados, sofrem influência do sistema capitalista para explorar e dominar as massas, impondo suas idéias políticas e filosóficas. Seriam valores úteis ao capitalismo o respeito às regras, a derrota como aprendizado, a competição, a premiação unicamente ao vencedor.

“O que o autor (deste capítulo) não enxerga é a afinidade ontológica entre o esporte de competição – preferido por 9 entre 10 pessoas – e o regime capitalista. Ambos exigem o respeito às regras, o espírito de equipe, o esforço para aprimorar o desempenho, a aceitação da derrota, a vontade de vencer, a recompensa pelo esforço”, diz o coordenador da associação Escola Sem Partido, Miguel Nagib.

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Entrevista concedida pelo coordenador do ESP à Gazeta do Povo

Gazeta do Povo – Qual a sua opinião sobre o capítulo 3º do Livro Didático Público, da rede pública de ensino do Paraná, dedicado à disciplina de Educação Física?

Miguel Nagib – A análise feita no texto é declaradamente marxista. De acordo com a visão que o autor pretende transmitir aos alunos, o esporte é fundamentalmente um instrumento usado pela classe dominante (identificada com o capitalismo) para “explorar e dominar as massas, com o intuito de impor idéias, tanto políticas quanto filosóficas, sobre os modos de produção e principalmente de consumo”.

O texto é tendencioso do começo ao fim. Tem-se a impressão, em certas passagens, de que foi escrito durante uma sessão espírita. Parece que baixou o Proudhon no camarada e ele começou a psicografar frases inconexas e a fazer extrapolações indevidas, como nesse comentário sobre o conceito de “campeão”. Diz o texto: “não existe o termo ‘os campeões’, apenas uma equipe é vencedora. Não é diferente quanto ao acesso aos bens de consumo, pois poucos dispõem de recursos financeiros e conforto material. Mas por que no esporte não pode haver mais de um vencedor? Como também em nossa sociedade, por que não temos igualdades na distribuição de renda?” Essa técnica de argumentação é utilizada para desnortear o leitor.

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