“Tenho um amigo que é dono de uma grande indústria e cuja filha estuda em um colégio de São Paulo que nem é desses chiques de esquerda. É uma escola bastante tradicional. Um dia, uma professora falava da Revolução Cubana, como se esse fosse um grande tema. Ela citou Che Guevara, e a menina perguntou: ‘Ele não matou muita gente?’. A professora se vira para a menina e responde: ‘O seu pai também mata muita gente de fome.’ O que autoriza um professor a usar esse tipo de argumento é ostatus quo que se instalou também nas escolas, e não só na universidade. O infantilismo político dá vazão a esse tipo de julgamento moral sumário.”
Revista Veja, edição de 29 de julho de 2011