Mensagem enviada por Márcio Leopoldo ao blog do Reinaldo Azevedo, em 20.11.2008:
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Caro Reinaldo, passei os últimos dias pensando nesse tema. Sou estudante de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande sdo Sul – UFRGS. No meu curso não há resquício desses absurdos ideológicos e imbecilizantes. Aqui estudamos a Suma Teológica, o Teeteto do Platão, a Metafísica do Aristóteles entre outros clássicos. O problema existe com os estudantes de Licenciatura que, além das “cadeiras” oferecidas pelo Departamento de Filosofia, são obrigados a cursar as “cadeiras” da Faculdade de Educação. Eu faço Bacharelado, portanto, escapei.
Minha namorada não tem a mesma sorte. Ela cursa Licenciatura em Filosofia e é obrigada a ler os “textos” sobre educação. São coisas quase inclassificáveis, Reinaldo. Ou melhor, qualquer pessoa racional classificaria como lixo. Não há conceito mais apropriado. O problema é que ele não resume com precisão.
Existem vários tipos de lixo. Esse é o pior. Não é apenas a doutrinação ideológica, mas o erro grosseiro, o desrespeito à racionalidade. Não são livros didáticos destinados ao Ensino Médio (como nos exemplos da Veja) são artigos publicados com o dinheiro público e afiançados por doutores em educação.O que encontramos nesses artigos desafia a lógica mais primitiva. São falácias grosseiras em textos mal escritos.
Os argumentos se “sustentam” apenas na crença de que os esquerdistas possuem uma superioridade moral, o que permite dizer bobagens sem que sejam questionados. Aliás, talvez seja esse o ponto: não importa o que está escrito, é preciso buscar o espírito do texto. Encontrar o “amor” à humanidade que está suspenso nas contradições.Assim como Deus, todo esquerdista é sumamente bom.
O pior disso tudo é o silêncio quanto ao lixo que somos obrigados a ler, decorar e concordar. Por isso eu estava pensando no tema enquanto ajudava minha namorada a redigir um trabalho sobre o Banco Mundial e a Educação no Brasil. Claro, concordando com o artigo para evitar a perseguição. Como disse uma professora da Faculdade de Educação: “não podemos criar argumentos contra”. Que bom que encontrei no teu blog justamente esse tema e a “promessa” de que a Veja irá realizar novas reportagens sobre ele. Nos veremos dia 9/12 aqui na Livraria Cultura. Levarei um presente: o artigo sobre o Banco Mundial e a Educação no Brasil.
Um grande abraço.