Resposta da Escola

Na semana passada o colunista abordou um fato bizarro: o Colégio Auxiliadora, uma tradicional escola salesiana de Bagé, utiliza como material didático para crianças da 5ª série um livro que faz a apologia dos assentamentos do MST, desmerece médias e grandes propriedades rurais e chega ao absurdo de publicar um texto do criminoso João Pedro Stédile. O artigo teve enorme repercussão na internet. Abaixo, publico a resposta da direção da escola, recebida por e-mail.

“Prezado Jornalista, Diego Casagrande.

Baseado no texto de sua autoria que circulou na internet no dia 11/07/06, é necessário e urgente que se faça alguns esclarecimentos. O Colégio Auxiliadora, instituição centenária e respeitada ao longo de sua trajetória, não pode e não deve se calar diante de tão grave acusação, qual seja a de fazer lavagem cerebral em seus alunos ou em impingir-lhes política-partidária. Não faz parte das normas desta escola o uso de subterfúgios esquerdistas, e, tão pouco, insinuações perniciosas ou ainda a permissão para tais condutas acontecerem em seu espaço físico e em suas aulas. Há, sim, um cuidado e uma preocupação muito grande em não transformar nosso educandário em palanque ideológico. Isso faz parte da proposta pedagógica e da filosofia de Dom Bosco, fundador da congregação salesiana a qual pertence esta escola.

Apenas para efeito de esclarecimento, temos em nosso quadro de professores, vários que são proprietários de terra, e potenciais vítimas de atitudes espúrias de movimentos ditos sociais. Entre eles temos a Profª Márcia Ivanoff, pertencente à diretoria da Associação e Sindicato Rural de Bagé que por questões mais que óbvias não toleraria atitudes aludidas pelo senhor. Para efeito de informação cabe dizer-lhe que em todos os Colégios Salesianos do Brasil está se implantando a Rede Salesiana de Escolas. Todos terão o mesmo conteúdo programático e o mesmo material didático básico. É uma Rede que vem se expandindo de forma gradual, lançando novos modelos de organizar o pensar e o fazer. Esse dito livro já foi usado no ano passado e a professora da disciplina, inteligentemente, soube usar aquele texto para mostrar os dois lados e não houve problema. A instrução que temos por parte dos Conselhos Administrativo e Pedagógico da Rede é de que se enviem as críticas e correções necessárias para a devida tomada de providências que acontecerá na reedição de todo o material, o que estamos fazendo desde o início do seu uso. Por outro lado, para falar da maturidade e seriedade com que trabalhamos, o informamos de que o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora conta entre os seus ex-alunos: ex-Governadores do Estado, ex-Ministros do Supremo Tribunal Federal, Almirantes, Generais, Deputados Federais e Estaduais e uma gama de profissionais, dos mais diversos campos, atuando em prol da sociedade Riograndense e Brasileira.

Lamentamos profundamente de não termos sido ouvidos antes de tanto alarde. O Colégio não é tendencioso e politiqueiro. Procura educar em e para a paz, com responsabilidade. Sabemos que o material didático atualmente sofre revezes e influências, porém, ele é apenas um instrumento. O profissional determina a forma. E estamos satisfeitos porque os pais que protestaram e que são “nossos filhos”, fazem jus ao que aprenderam, sendo críticos e atentos.

Estamos cumprindo a nossa missão! 
Atenciosamente, 
Bagé, 14 de julho de 2006. 
P. Dácio Bona – sdb – diretor”
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Comentário de Diego Casagrande: A preocupação da direção do Colégio Auxiliadora com uma educação de qualidade poderia começar pela substituição do material didático obtuso, rançoso e de péssima qualidade que utiliza junto às crianças de 5ª série, cujas consciências estão em formação. É um material de estilo nazi-fascista.

O livro Geografia, citado por este colunista, é um capítulo triste da educação brasileira. Lamentavelmente, as boas intenções dos gestores da escola, que poderiam começar por medidas práticas, ficam apenas na retórica. O referido livro continua sendo utilizado.

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