Mensagem enviada por Carlos Roberto de Oliveira, em 09.10.2013

Apresentação de balé vira ato petista. Ou: o dia em que Antonio Gramsci calçou sapatilhas

Ao matricular meus dois filhos, de 5 e 7 anos em uma tradicional escola católica do interior do Paraná, esperava encontrar um
contraponto aos valores (ou falta deles) da educação contemporânea no Brasil. Não tinha a ingenuidade de acreditar que uma escola administrada por freiras seria totalmente imune à penetração do pensamento politicamente correto, ou da esquerdopatia que permeia o sistema (des)educacional brasileiro. Mas jamais poderia acreditar que a lavagem cerebral começasse tão cedo em um colégio de freiras pago com o meu dinheiro.

Durante uma apresentação de balé, protagonizada por algumas crianças de cinco anos, como minha filha – ou até menos, vi-me submetido a uma exposição grotesca de doutrinação ideológica esquerdista. A coisa já começou mal na seleção do tema para a apresentação, escolhido à medida para a propaganda ideológica: “Dançando as memórias do Brasil”.

Por mais de uma hora, alunos de idades variadas apresentavam-se com danças temáticas que exploravam todos os eventos históricos caros à esquerda, sempre com um indisfarçável viés ideológico: escravinhas maltratadas por sinhazinhas, mini-soldados armados de fuzis marchando ao som de Geraldo Vandré etc. Até ali, no entanto, incomodava-me menos o patrulhamento, do que alguns erros grosseiros, como a imigração italiana representando os anos 40 no Brasil (seu auge foi até a década de 30), e a “Garota de Ipanema”, os anos 50 (a canção só foi composta em 1962, Santo Deus!).

Mas eis que lá pelas tantas, desce ao fundo do palco um mosaico trazendo em destaque a imagem da “companheira presidenta” Dilma Rousseff, para emoldurar a cereja do bolo, a última apresentação, “Trabalhadores brasileiros e a chegada da mulher ao poder”: crianças vestidas como operários vermelhos – indisfarçável alusão ao PT, passagem de faixa presidencial de um menino-operário a uma menina-operária, que sobe a rampa presidencial… E ao final da música, surge a voz da nossa estimada guia: “…Nós estamos mudando o Brasil”. Simplesmente constrangedor.

Como resultado desse espetáculo patético de molestamento ideológico, a filmagem da primeira apresentação de balé da minha filha de apenas cinco anos, paga com o suor do meu trabalho, vai ter o rosto da Dilma Rousseff como figura de fundo. Não é um mimo?

 

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