O Professor é um ser do amor e não da luta

 Por Gabriel Artur Marra e Rosa*

Ser professor é se dedicar ao amor.

É levantar-se bem cedo e pensar em como fazer para que a aula seja interessante.

É deitar-se pensando em como melhorar a aula do dia seguinte.

É enxergar em cada aluno o seu potencial e as suas particularidades.

Lembrar-se das dúvidas e pesquisar sobre qual é a melhor forma para esclarecê-las.

Pensar em como fomentar o desenvolvimento do potencial e a superação das dificuldades.

Sentir-se feliz e realizado diante do progresso dos alunos.

É abraçar o conhecimento e ter o prazer de transmiti-lo.

Carregar livros pesados e ter a satisfação de contar histórias sobre esses livros.

Ainda que com dor na coluna e com a voz rouca, esforçar-se para dar o melhor de si.

É pensar em como provocar a inteligência dos alunos e o interesse por aprender. 

Refletir sobre o seu papel na vida dessas pessoas e sobre o exemplo que pode oferecer.

Pensar em estratégias para que a turma caminhe junta, unida. Para que ninguém se perca.

É mostrar o seu ponto de vista não como um ponto, mas sim como uma ponte.

Buscando novas pontes entre a reflexão, a crítica e a liberdade de pensar.

Inovar, criar e desenvolver-se a partir do potencial que reside em cada um.

A partir da beleza da criatividade e da diversidade da vida.

A partir do amor.  

 
Ser professor não é deixar de se dedicar ao amor.

Aquele que ofende, não é mais o professor. É o ofensor.

Aquele que agride, não é mais o professor. É o agressor.

Aquele que doutrina, não é mais o professor. É o doutrinador.

Aquele que tenta invadir, não é mais o professor. É o invasor.

Deixando de lado o exemplo e o conhecimento pelos interesses pessoais, torna-se interesseiro.

Exige os seus direitos, mas não cumpre a lei só porque é professor, torna-se criminoso.

Valendo-se da figura do professor para obter benefícios, transforma-se em um chantagista.

Envolvido pelo interesse, deixa de lado o amor.

Deixa de lado os valores compartilhados pelas demais classes de trabalhadores. 

E abandonando o amor, deixa de ser professor.

Professor do Departamento de Psicologia da Universidad del Salvador (USAL), Buenos Aires-Argentina

 

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