Depoimento de Priscilla Aydar (21.01.2016)

Durante os anos de 2008 e 2009 eu lecionei inglês na melhor escola pública de Uberlândia, a ESEBA – Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia. Lecionei para alunos do 6º ao 9º ano e tive uma fantástica experiência profissional, já que a escola federal é muito diferente das estaduais ou municipais: há recursos, há estrutura, há apenas mestres e doutores na docência e o salário é bem acima da média. Foram dois anos intensos e felizes e eu mentiria se dissesse que não sinto saudades…

Hoje – com muito susto – constato que meus pequeninos do 6º ano já são rapazes e moças fazendo faculdade. Todos na UFU, todos lindos, todos descolados e todos muito bem doutrinados… O discurso de esquerda está na ponta língua e eles o repetem dia após dia em seus perfis nas redes sociais, quase que como um mantra: “Empoderamento Feminino”, “Não à sociedade machista e patriarcal”, “Excelente afronta à ‘família tradicional’ brasileira”, “O corpo é meu!”, “Justiça Social”, “Distribuição de renda”, “Homofobia é crime”, “Reaças não passarão”, etc, etc, etc.

Se eu entendo? Até certo ponto sim, pois também já estive neste lugar. Passei por processo semelhante quando entrei na UFU (embora não tão intenso) e sei da pressa que tem a juventude por “mudar o mundo”, conheço sua tendência dificilmente refreável a tudo que é subversivo e compreendo sua necessidade de mostrar-se ‘diferente’. O que me preocupa é que os jovens de hoje – diferentemente dos da minha geração – são expostos cada vez mais cedo às doutrinas sedutoras e falaciosas da esquerda, aquelas que prometem justiça, igualdade e um mundo melhor, mas que não passam de puro engano. Quem se aprofunda na busca pela verdade um pouquinho que seja, sabe que o que esse “mundo novo” tem a oferecer é apenas miséria e falta de dignidade.

Meus ex-alunos, por exemplo, conhecem a cartilha marxista desde o Ensino Fundamental, seus professores de História e Geografia foram doutores e mestres formados pela UFU dentro dessa mesma cartilha. A maioria deles (alunos) fez o Ensino Médio no IFET – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – e ali, um pouco mais velhos, foram mais fortemente catequizados por professores com formação idêntica e um ávido desejo de fazer discípulos. Para coroar toda uma vida baseada em instrução marxista, entram em uma Universidade Federal e aí o estrago está completo, especialmente para a vida daqueles que optaram por um curso de humanas…

De repente – pais que se gabam de terem dado a melhor educação a seus filhos, que sentem-se afortunados por terem conseguido uma vaga na ESEBA (os sorteios são concorridíssimos), que explodiram de felicidade ao ver os nomes de seus rebentos na lista de aprovados do IFET e, mais tarde, da UFU – deparam-se com um desconhecido dentro de casa. A menina meiga que ia à igreja todos os domingos e participava ativamente dos trabalhos com a juventude local passa a chamar a todos a seu redor (inclusive os pais) de religiosinhos hipócritas. O menino gentil que passava as tardes jogando vídeo-game prefere agora organizar caravanas para viagens à Brasília, com o intuito de defender a ‘Presidenta’ Dilma (a mesma que está destruindo os negócios de seu pai) dos ‘golpistas’ que querem o Impeachment. Os bate-bocas são intensos, o desprezo pela ‘falta de inteligência’ dos pais torna-se evidente e até o vocabulário muda. O que não muda é a necessidade da mesada, a exigência por um bolso que pague a academia, o smartphone, o curso de francês, a gasolina…

Alerta, pais e mães! Essa doutrinação não é exclusividade de escolas e institutos federais, ela acontece em todo lugar, especialmente em escolas particulares caras e bem conceituadas. Acompanhe os estudos de seu filho, seja VOCÊ o grande influenciador de suas ideias desde a mais tenra infância, não permita que professores tirem o seu protagonismo. Pode ser tarde quando você se der conta de que tem dentro de casa um militantezinho ferrenho (mas que vive pedindo seu carro emprestado. Rs!).

Confesso que minhas esperanças estão mirrando. Cada vez que vejo a postagem de um jovem (ex-aluno ou não) estudante de humanas de alguma Universidade Federal meu coração dói: dentre os meus contatos, nenhum se salva. A Universidade morreu, a erudição que ela representava deixou de existir há décadas, formam-se hoje apenas soldadinhos que leem Rousseau, Nietzsche, Marx, Foucault e Derrida e acham que descobriram a pólvora. Eles saem prontos para espalhar ao mundo o que aprenderam e é assim que nascem os Sakamatos, os Capilés, as Sininhos… e também as Dilmas, os Dirceus, os Paloccis, as Rosários e as Hoffmanns.

Disse lá em cima que até entendo os arroubos de justiça e igualdade que têm a juventude como um todo, o problema é que os jovens desta geração têm cada vez menos chance de sair do labirinto enganoso em que foram colocados. São como cavalos que seguem a cenoura desde que eram potrinhos, incapazes de ver além do que lhes foi ensinado. Triste.

http://prideias.blogspot.com.br/2016/01/seguindo-cenoura-retrato-da-juventude.html?m=1

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