Um amigo me conta que, na escola em que seu filho estuda, no 3º ano do Ensino Médio, os professores de Filosofia, Sociologia e Literatura solicitaram obras de José Saramago. Ao questionar a coordenação pedagógica — por que tantas obras de um mesmo autor exatamente no ano que antecede os vestibulares? —, meu amigo escutou a mais esfarrapada das respostas: “Foi tudo coincidência, devido à pouca comunicação entre os professores que elaboraram o currículo deste ano”.
Três professores, de três matérias, escolhem livros de um autor sem nenhuma preocupação metafísica, anti-religioso, anticatólico, marxista de carteirinha, defensor de ditaduras comunistas e de regimes populistas e demagógicos — e a coordenação da escola quer que um pai preocupado com a educação do seu filho acredite numa “coincidência”?
A mentira e a doutrinação esquerdista são evidentes. Escancaradas. E meu amigo é um pai solitário, sozinho a gritar num oceano de pais desavisados, ignorantes ou irresponsáveis. Um rebanho de pais ingênuos que entregam a inteligência e o espírito de seus filhos nas mãos de militantes petistas cuja última preocupação é ensinar.
Quanto à qualidade literária de Saramago, fico com a avaliação do editor português Guilherme Valente: “Saramago é, quanto a mim, um escritor engenhoso, mas elementar e habilmente lamecha, que, em termos de idéias, escreve e fala para um público pouco culto, cuja ignorância explora, para cujos juízos mal informados, ideológicos, sectários ou primários apela, obscurecendo, em vez de iluminar”.